sábado, 23 de abril de 2011

Sofia... [3]

Olá! Chegou o momento de compartilhar no blog meus contos. Contos que são verídicos. São pequenas situações em que vivo com meu “amigo” Caio. Aquele rapaz que eu contei que conheci na faculdade (vide postagem: Sofia... [2]).
O primeiro conto é recente, aconteceu no início dessa semana.

Conto de Sofia: Câmbio Automático

Eu e Caio gostamos de sair durante a semana, porque achamos que assim a semana que quase sempre é corrida se torna menos monótona. Era segunda-feira quando ele me ligou me chamando para ir ao médico com ele porque precisava mostrar uns exames. Caio é funcionário público e onde ele trabalha exigem certos exames periódicos. Ele disse que sairia às 16h e em seguida iria me pegar .
De inicio eu não queria sair porque estava chateada com ele. Uma semana atrás, Caio tinha marcado de sair comigo, mas fez outra coisa e não me avisou, aí fiquei esperando por ele a tarde toda e isso me deixou muito aborrecida. Mas resolvi sair e me produzi toda, sempre me produzo porque, além de eu gostar de estar bem vestida, Caio adora e fica muito animado. Um dos pedidos dele e esse é quase uma regra é de que eu tenho de sair de vestido. Ele diz que mulher de vestido mostra toda sua feminilidade.
Às 16h eu já estava prontinha. Caio chegou, entrei no carro e só disse “oi”, nem o beijei. Chovia muito naquela tarde, o trânsito estava congestionado. Caio disse:
-Se eu tivesse ido logo ao consultório médico sem te pegar, não iria me atrasar. Agora vamos chegar atrasados, preciso chegar lá às 17h.
-Vai dá tempo, qualquer coisa você diz que foi culpa do trânsito. E não deveria ter me chamado, já que se arrependeu. Eu disse de cara amarrada.
Ele respondeu quase gritando:
-Tá doida, Sofia? Faz uma semana que não te vejo e queria que você me acompanhasse mesmo, assim você ficará sabendo como anda minha saúde. Tá com TPM? Anda tão nervosinha...
-Quem tá com TPM é a p* que p*. Ainda não engoli o bolo que você me deu. Respondi.
-Pensei que você já tinha entendido. Isso já passou. Querida, relaxe. Disse ele com um ar sarcástico.
-Ah, sábado fui numa festa. Balada. Diverti-me bastante, até bebi, fiquei tonta, mas me comportei... Falei.
-O quê? Foi com QUEM? Bebeu mesmo? –Caio perguntou nervoso e incrédulo.
-Fui com dois amigos, o Júlio e a Ísis. Não se preocupe, porque os dois são super centrados e fomos para nos divertir mesmo. Nada do que fizemos foi motivo de preocupação e arrependimento. Respondi sorrindo.
-Acredito! Ele disse isso e calou-se.
Caio ficou calado até chegarmos ao consultório. Era num shopping. Estacionamos no lado de fora e nos apressamos para não perder a hora. Caio me puxava pelo braço com força pelo shopping, o consultório ficava no andar de cima. Por sorte deu tempo e mais sorte ainda é que nos exames não deu nada de errado com ele. Quando a gente voltava no elevador lotado, Caio soltou essa pérola: “agora a gente pode transar sem camisinha, você viu que não tenho perigo de doenças, né?”.  Todos me olharam. Procurei um buraco para me esconder. Caio olhava para mim com um ar malicioso. Apesar de está morrendo de vergonha, comecei a me excitar. Se não tivesse ninguém no elevador, nem sei o que faríamos...
No carro, Caio disse que estava cansado e que iria me deixar em casa. Amarrei a cara de novo. Já era noite e eu não queria ir para casa.
Caio percebeu minha cara de desapontamento e disse:
-Você precisa relaxar, vem cá... Você já gozou no trânsito?
-Quê? Não acredito. Quer causar um acidente? Perguntei assustada.
-Não, quero que você goze para mim. Disse ele sério.
Caio me beijou e desceu a mão até minhas coxas, como eu estava de vestido, ele foi direto onde queria, puxou minha calcinha para o lado e começou a me levar ao céu... Era horário de pico, o trânsito estava muito congestionado. O carro do Caio tem câmbio automático, então ele ficou com a mão esquerda na direção e a direita no meio das minhas pernas. Que loucura! Ele olhava para frente e não parava com a mão enquanto eu me contorcia toda. Eu gemia: “você vai bater com o carro...” Ele respondia: “já gozou, Sofia?” E continuava a me acariciar. Eu olhava os carros passando ao lado e não acreditava. Ainda bem que ninguém me viu, pois, o carro tem película muito escura. Quando eu gozava olhava para a avenida que a gente tava passando e pensava: “sempre passo tão estressada, atrasada por essas avenidas, agora estou passando quase cega de tanto tesão...” Quando o semáforo estava vermelho, ele me beijava, beijava minhas coxas, me abraçava...
Foi uma sensação muito gostosa, às vezes eu deitava minha cabeça no ombro dele, quase o mordia, não lembro como ele tirou minha calcinha, só lembro que a vi presa no meu tornozelo esquerdo. Caio me perguntava: “vai gozar mais?” Eu nem falava só afirmava com a cabeça. Ele adorava me ver daquele jeito, sentia prazer em estar me proporcionando prazer...
Foram aproximadamente 6 km de êxtase. Vale lembrarmos-nos do transito, então, o percurso tornou-se longo. Quando já estava perto da minha casa. Perguntei: “já vai me deixar?” Ele: “sim, lógico.” Falei: “pare agora, preciso retribuir o que você fez comigo!” Ele parou numa rua escura, sem movimento e estacionou. De repente ele me puxou para cima dele, nos beijamos loucamente. Sem pensar desabotoei a roupa dele e retribui de bom grado o que ele fez comigo. Deixei Caio sem fôlego... Depois ele me puxou para cima de seu colo. Como sou magrinha, fiquei bem encaixada entre ele e a direção do carro. Foi maravilhoso! Eu queria berrar. O carro estava com os vidros embaçados. De vez em quando eu encostava minhas costas na direção e a buzinava sem querer. Era um susto, riamos e continuávamos onde paramos.
Fizemos tudo sem culpa. A sensação de liberdade é indescritível. Recomendo a quem tiver uma oportunidade de fazer algo parecido que faça! Não tenha medo de nada. Só pense no prazer, em ser feliz e no que vai ficar guardado na memória... Desci do carro com as pernas bambas, aliás, sempre quando saio com o Caio, volto assim. É sempre uma aventura e de certa forma um aprendizado. Quando estamos juntos fazendo nossas “peripécias”, esquecemos o mundo lá fora. Enfim, foi assim que transformamos uma simples segunda-feira chuvosa numa tarde ardente e prazerosa, espero que tenham gostado. Tenho muito mais história para contar, mas ficará para as próximas postagens. Até breve!

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Júlio... [3]

Relaxa!

Antes de mais nada, gostaria de deixar claro para você, leitor, que o meu objetivo aqui neste blog não é criticar religião nenhuma! Pelo contrário, sou muito grato à religião dos meus pais, pois sem ela jamais seria quem sou hoje, ou nunca teria tantas convicções na vida. O propósito do blog, como já dito em postagens anteriores é o de "vos entreter com nossas gafes, perguntas curiosas, histórias e contos sobre diversos assuntos, inclusive sexualidade." Ficou claro? Continuemos, então.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Ísis... [2]

Oi, gente! Lembram-se que eu disse no meu post anterior que eu vivia numa redoma de vidro?  Pois o vidro se quebrou esse fim de semana e está em pedaços no chão. E eu estou dançando sobre os cacos agora, livre, leve, e solta. Vou contar o que houve.
Recebi uma educação privilegiada. Venho de uma família simples, religiosa e de bom caráter. Somos um bando de certinhos: pagamos as contas em dia (com muito sacrifício), não nos indispomos com os vizinhos, fazemos favores de muito bom grado (para os que são de nossa confiança), e por aí vai! Uma clássica família do interior. Talvez por ser a única mulher dentre os filhos, a menininha do papai, houve um zelo um pouco maior pra que eu fosse sempre correta e obediente, para que eu não virasse uma "perdida" (é o novo!). Mas meus pais não tiveram que se esforçar muito pra isso. Sempre procurei agradá-los, e em troca eles sempre confiaram em mim e me deram liberdade para tomar minhas próprias decisões. Só que as minhas decisões eram as mais covardes. O medo de desagradar, de ser criticada, fez com que eu perdasse minha adolescência. Eu praticamente pulei da infância para a fase adulta. Pra não me machucar eu me isolei do mundo. Tem uma música melosa que diz "I never stray too far from the sidewalk (...) I learned to play on the safe side so I don't get hurt". É isso. Não quero dizer que eu era infeliz, não. Não tem como ser infeliz com a família que eu tenho. Eles são hilários! Mas faltava alguma coisa. A garotinha do papai tava cansada de ser uma garotinha. Queria ser uma mulher. A hora chegou!
Nesse final de semana fui com os amigos numa boate. Não sabia se era uma boa idéia. Na última vez que fui a uma boate, passei a maior parte da noite sentada numa poltrona. Até fiquei com um carinha, mas depois do beijo ele me deu as costas e foi embora. Não sabia se ele era um cretino ou se eu era um lixo. Ou as duas coisas. Enfim. Entrei na boate completamente travada. Mesmo depois da primeira caipirinha, eu só conseguia dar dois passos pra cá e dois pra lá. E olha que a batida era o máximo e o dj, a coisinha mais linda que eu já vi! Até que decidimos ir a parte superior, onde rolavam as "pegações mais quentes". Lá, vi uma parede repleta de casais, de ponta a ponta, numa desinibição de dar inveja. Apelidei a parede de "Muro das Lamentações", o lugar onde as pessoas depositam seus pecados. Sugestivo, não? Fomos até o bar, que ficava ao fundo. Uma amiga e eu pedimos outra caipirinha. Quando dei por mim eu já estava trocando olhares e palavras provocantes com o bartender. Eu, que nunca me achei bonita, nem provante, incapaz de atrair um aedes aegypti, era objeto de desejo de um cara gostoso, másculo, com um perfume delicioso e um beijo sabor canela. E que beijo! Ali mesmo no bar! Chegavamos a atrapalhar os clientes. Nunca me senti tão leve! Um certo momento, minha amiga e eu resolvemos descer pra dançar um pouco e no caminho acabei ficando com outro carinha, mas foi rápido e menos empolgante. Na pista, enquanto dançava com meus amigos, senti alguém acariciar minha mão e soltar em seguida. Era o bartender. Pensei que fosse só um gesto carinhoso, até que o vi acenando pra mim do alto da escada. Fui até ele e o encontrei no "muro das lamentações". Foi alucinate! Os beijos, as mãos dele passeando pelo meu corpo até chegar debaixo do vestido! Eu, a santa, deixei que um estanho, cujo nome eu nem sei, me tocasse como ninguém jamais tocou! Pela primeira vez na vida eu me senti GOSTOSA!  E digo sem o menor pudor. Depois de ficar com ele mais um pouco no bar, desci pra curtir com meus amigos os últimos momentos. O dia já estava amanhecendo. Enquanto dançava eu percebi um cara me observando, mas não dei trela. Até que, irremediavelmente, fui apresentada a ele. Conversa vai, conversa vem, percebi que o cara, que vou chamar de Pierre, era legal, divertido e beijável! Não tinha a mesma "pegada" do bartender, mas conseguia demonstrar delicadeza e necessidade quando me abraçava e me beijava, que eu adorei. Fechou com chave de ouro aquela festa. Com certeza esses dois conseguiram apagar a frutração que eu sentia desde minha balada anterior. E para os que pensam que só fiz tudo isso porque estava sob a euforia da bebida, saibam que ela foi apenas a água que batizou uma recém nascida Mulher. Tô só começando!    

Sofia... [2]

Olá, pessoal! Bom, sou Sofia. Prometi que ia falar de mim no meu último post. Então, vamos lá. Se quiserem imaginar como é minha vida, lembre-se do filme “O cisne negro”, quem não viu, por favor, vejam, além de ser sensacional, me identifico muito com a personagem Nina. Moro com meus pais e minha irmã, estou acabando a faculdade, mas já pretendo fazer outra ou então mestrado e de preferência quero fazer em outro estado. Enfim, a minha vida seria tranquila se eu não sofresse perseguição na minha casa. Cresci sendo vigiada pela minha mãe. Ela me controla em tudo que faço e me protege tanto a ponto de me sufocar. Até minha alimentação é controlada. Não posso sair sozinha, se quiser sair tenho que dizer pra onde vou, com quem vou e que horas volto. Dormir fora de casa nem pensar! Até pra usar a internet tenho que ter horário controlado. Quando eu era criança fazia balé e eu sofria pressão tanto da professora, quanto da minha mãe. Larguei a dança. Na adolescência eu não soube direito o que é namorar porque minha mãe tinha pavor de saber que eu estava crescendo e estava saindo com outra pessoa, namorar era tabu na minha casa. Cresci cheia de traumas e medos. Beijei alguns garotos escondida e namorei um rapaz, mas nunca o levei à minha casa. Por conta disso, minha mãe ficava me enchendo porque queria conhecê-lo de qualquer jeito. Terminei com ele. Passei a não ficar com ninguém, só me dedicava aos estudos. Isso estava acabando comigo, muitas vezes me senti deprimida e até tinha desistido de viver, mas sempre aparecia uma pequena força não sei de onde que me impulsionava a continuar a lutar por minha liberdade.
No final do ano passado, conheci um rapaz na faculdade e foi a melhor coisa que aconteceu comigo. Esse rapaz que já tem seus trinta e poucos anos revolucionou minha vida. Com ele estou aprendendo a arriscar e a enfrentar meus medos. Aprendi a me aceitar como mulher, conhecer meu corpo e aprendi a ignorar muitos costumes ultrapassados impostos por nossa sociedade. Entreguei-me cegamente.
Tudo seria perfeito se não existe outra pessoa a me perseguir, minha irmã. Se minha mãe me controla muito, minha irmã me controla dez vezes mais e pior, ela faz isso como forma de tortura e para descobrir se eu fiz alguma coisa de errado e contar a minha mãe. Ela olha as escondidas meu celular, minha bolsa, enfim, todas as minhas coisas e se achar alguma coisa que pra ela está errado, isso é a glória! O objetivo é me destruir, me ver mal e infeliz. Em casa tenho que fingir que sou triste e frustrada que nem ela. E não pensem que tenho mania de perseguição, pois, quem observa diz que tenho razão. Minha irmã mais velha que não mora com a gente já percebeu isso. A questão é que não me sinto segura na minha própria casa e não confio nas pessoas que deveriam ser minhas melhores amigas. Quando saio não sinto vontade de voltar para casa. Estou muito feliz de ter encontrado pessoas que estão me ajudando a me libertar. Agradeço especialmente ao Júlio e a Ísis que são meus confidentes e agora companheiros de festas...
Enfim, vou encerrar meu desabafo. Mas tenho muitas coisas para contar, deixarei para compartilhar com vocês nas minhas próximas postagens. Existem muitas coisas boas e divertidas que vocês precisam saber... Até a próxima!

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Júlio... [2]

Vocês devem estar se perguntando com quem estou morando, né? (Respondo no final.)

Bom, antes de mais nada, vou lhes contar uma história resumida do que aconteceu comigo antes disso...
Há alguns anos, vi uma matéria numa das publicações daquela religião, a qual me referia anteriormente, que falava sobre pornografia e masturbação. Eu, muito ingênuo que era, achei que por eu ter visto o primeiro e feito o segundo estava pecando seriamente contra Deus! Decidi contar pro meu pai e disse abertamente que a pornografia era homossexual. Ao contrário do que eu achei que fosse ser, meu pai não brigou comigo. Ele disse que entendia aquilo e que era uma fase pela qual todos passavam, mas que eu tinha que confessar tudo pros responsáveis pela "congregação", os quais aqui, chamarei de pastores.
Decidi contar para eles na reunião seguinte. E pra minha surpresa, a mesma reação do meu pai. Mas me advertiram que eu não voltasse a fazê-lo. Nada me aconteceu na época por causa do belo histórico que eu tinha construído com uma porção de teatrismo e falsidade. Sim, falsidade, não me privo de dizer. Na época eu não sabia o que fazer, era muito dependente dos meus pais e tinha que agradá-los se não quisesse viver em zona de guerra em casa...
Nunca fui aquele nerd bonzinho, inteligente, santinho e puro que as pessoas achavam que eu fosse. Às vezes sentia vontade de desistir de tudo, mas como? Não existiam saídas na época. Acredito que pra tudo tem um tempo e aquele ainda não era o meu.
Bem, depois disso pouca coisa aconteceu, mas no mês passado fiz uma coisa que deixou meus pais de orelhas em pé. Fui a uma boate gay pela primeira vez na vida. É lógico que eles não sabiam de nada, mas eu não soube administrar a situação que eu tinha criado. Veja: Eu disse que ia sair com uns amigos da "congregação" e não sabia a hora que iria voltar. Citei alguns deles pra não deixar dúvidas. O propósito daquela saída não foi exatamente ir à boate, até porque foi de última hora. Tinha saído mesmo porque havia combinado com um amigo de sair pra conversar em algum lugar, porque eu realmente estava precisando conversar com alguém naquele momento, não lembro exatamente por quê. Enfim, meu celular descarregou e eu não tive como avisar que iria demorar. Eu já estava na companhia de uma galera legal, bonita, quando me dei conta de que eu ia mesmo, pela primeira vez entrar numa boate gay. Empolguei-me, lógico! Mas não pensei nas consequencias daquilo que estava prestes a fazer...
Às cinco e pouco da manhã ligo pra uma das amigas com as quais eu supostamente teria saído. Pergunto se alguém teria ligado pra ela. Ela pergunta porque e diz que tem alguma coisa errada nisso, já que ela não estava esperando ligação, exceto a minha própria, já que naquela manhã iríamos para a reunião na "igreja". Eu disse que explicava depois, achando que meus pais não ligariam mais pra ela. Engano meu! Cinco minutos depois que eu desligo, ela retorna e pergunta: "Júlio, onde é que tu tá?". Eu, com a maior cara de pau: "Em casa, por quê?", sem pensar que ela tinha percebido o barulho do mar e do lugar onde eu estava. (Detalhe: Depois da festa, andamos alguns metros até chegar perto da praia, já que os ônibus não paravam antes disso.)
Então ela disse:
- "Teu pai acabou de me ligar perguntando por ti, disse que tu tinha saído comigo."
- "O que foi que tu disse pra ele?" - perguntei, meio transtornado.
- "A verdade..." - disse ela, meio incrédula.
- "Que verdade?"
- "Que tu não saiu comigo, ora!"
Aí ela ficou querendo saber de todo jeito o que tinha acontecido e onde eu estava. Insistiu, mas eu falei que aquela não era uma boa hora e que depois a gente conversava.
Naquele dia, não fui pra reunião. Qdo cheguei em casa, meu pai perguntou pra mim, calmamente: "Onde era que tu tava?"
Menti. Disse que tinha saído, não com aqueles amigos que eu havia mencionado na noite anterior, mas com duas tias, minha prima,(incluindo as duas que mencionei no post passado) o namorado dela e mais algumas pessoas pra um show de humor que eu tava querendo ir faz tempo... Aí ele me olhou nos olhos e disse: "Eu sabia! Mas você devia ter ao menos avisado onde estava. Não dormimos a noite inteira. Tua mãe, agora que foi se deitar. Passamos a noite inteira preocupados com você".
Conversamos mais um pouco depois disso. Eu disse que depois do show fomos jantar, fomos pro apartamento da minha prima assistir um filme e acabei dormindo lá.  Cobri uma mentira com outra. Temi que ele descobrisse, senti medo, mas nada de mais aconteceu.
Naquele mesmo dia, antes de chegar em casa, desci uma parada de ônibus antes da minha e fui na casa da minha prima (que fica há uns 300 metros de onde eu morava antes, da casa dos meus pais), aquela cujo apartamento eu havia dormido naquela noite. Falei com ela e com minha tia. Disse o que tinha acontecido e pedi pra que elas me acobertassem, caso alguém ligasse pra confirmar...
Deu tudo certo, então. Isso tudo num domingo. Na quarta-feira seguinte, nós (minha família imediata) como de costume, tivemos o que chamávamos de "Adoração em Família". Nesse dia, depois do estudo, meu pai me "botou na parede" (com perguntas avassaladoras) de um jeito que eu não aguentei mais esconder. Despejei TUDO. Lógico que eu os poupei dos detalhes, mas mesmo assim causei muito sofrimento. Exatamente como eu já havia previsto. Mais uma vez, meu pai sugeriu que eu contasse tudo pros "pastores" pra que eles resolvessem o que fazer comigo. Na reunião seguinte, contei algumas das coisas que eu tinha feito e eles marcaram uma reunião comigo do sábado seguinte, de manhã. A reunião, chamada "comissão judicativa" levou toda a manhã. Ficou decidido que eu seria "expulso", ou desassociado até quando eu me arrependesse e voltasse atrás.
Quando cheguei em casa dessa comissão, no domingo, meu pai me perguntou o que havia sido decidido. Eu disse. Algumas horas depois, ele me chama e diz: "Olha Júlio, eu não quero expulsar você de casa, mas se você não arranjar um lugar pra ir, vou ter que fazer isso." Saí de casa imediatamente, e fui adivinha onde? Exatamente, na casa "das prima".rs Primeiramente, vou lhes contar o que houve lá.
Quando cheguei lá, minha prima estava fazendo as sobrancelhas. Eu pedi que ela me escutasse por alguns instantes. Mesmo eu naquela hora, não percebia a gravidade da situação e do que estava prestes a me acontecer. Enquanto eu lhe contava o que tinha acontecido, percebi lágrimas caírem em sua face. Depois de alguns minutos terem se passado, ela me pergunta: "Quer falar pra mãe ou quer que eu fale?". Decidimos contar pra minha tia, então. Ela ficou um tanto triste e meio que desesperada, sem entender tudo aquilo, mas mesmo assim, não criticou os meus pais por terem feito isso (o que eu achei extremamente humano e bondoso de sua parte), disse que respeitava aquela religião, assim como todas as outras. Disse que nenhum sobrinho dela ficaria sem ter para onde ir. Sugeriu que eu levasse pra lá as minhas coisas imediatamente, se eu quisesse. Aqui estou, morando com minha tia e minha prima, desde então. (A trezentos metros da casa dos meus pais.) Minha mãe ainda hoje chora muito com saudades de mim. E eu, com saudades dela e de todos. Você pode estar se perguntando: "Por que, se vocês ainda moram tão perto?" Explicarei isso num próximo post.

P.S.: Vou colocar sempre o número do post depois do meu nome, pra que você não se perca na história, querido leitor. Abraço

Ísis...

Olá! Eu sou a Ísis e faço parte de um trio que decidiu deixar de lado o medo, a timidez, e qualquer vestígio de falso moralismo, e falar abertamente sobre assuntos que antes não nos permitíamos por temer o que os outros poderiam pensar. Nossos segredos mais íntimos sobre quem realmente somos. Quem sou eu? Sou uma jovem em conflito. Uma jovem que tem desejos de mulher, mas que se esconde feito uma criança. Tenho quase 27 anos e nunca amei na vida. É isso mesmo! Eu sou VIRGEM! A única vez que um homem viu meus seios foi num consultório médico (eu era a paciente e ele o médico, caso não tenha ficado claro). Se eu já beijei? Sim, algumas vezes. Se já namorei? Sim, mas nada sério. E como ainda estou nessa situação? Pra responder essa pergunta eu levariam um tempão, porque as razões são várias. A resposta mais prática é que nunca encontrei "o cara". Mas a verdade é que eu sempre fui deixando os relacionamentos de lado. Uma verdadeira misantropa. Sempre tive medo de me envolver e de me machucar. E as pessoas me assustam às vezes. E, definitivamente, não sou do tipo "vou com o primeiro que aparecer". Geralmente eu não falo sobre esse assunto.  Mas é engraçado como as coisas acontecem! No último dia de 2010 decidi sair da redoma de vidro que me separava do mundo, e me lançar a novas experiências. Conhecer pessoas, lugares, provar novos sabores, ouvir novos ritmos, falar o que vem a cabeça, enfim, VIVER. Não é que numa conversa que tive com dois amigos dias atrás, enquanto esperávamos a chuva passar, descobri que não estava só! Que havia pessoas próximas a mim que também estavam prontas para "se jogar"! Nossas conversas rendem muitas confissões, trocas de idéias, e no fim, me sinto com dez quilos a menos. As minhas resoluções para este ano começam a acontecer. Até estou escrevendo num blog! Me sinto livre pra me abrir(num bom sentido) para novas experiências e quem sabe me abrir (num sentido ainda melhor) para o amor. Quem estiver lendo, por favor, deixe seu comentário e troque uma idéia com a gente. Seja bem vindo ao nosso chá. Entre e sirva-se!   

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Sofia...


Olá, pessoas! Meu nome é Sofia. Inicialmente gostaria de contar como surgiu
o nosso blog "Chá das onze". Júlio, Ísis e eu estudamos francês juntos. Um dia, no final da aula, (às 11h) Júlio pediu para conversar conosco. Nosso amigo precisava desabafar e nos sentamos nos degraus de uma escadaria de mármore, numa terça-feira chuvosa (não esqueço a chuva, as músicas de Chico Buarque, que Júlio pôs pra tocar, e o girassol, que estava a nossa frente. Sim, sou romântica rs). Júlio falou tudo o que sentia e fez com que Ísis e eu nos sentíssemos à vontade para desabafar também. Foi extraordinário, porque a partir daquele dia ficamos mais próximos. Nossos encontros às 11h mexeram conosco e sentimos a necessidade de dividir com todo mundo. Nos identificamos bastante, apesar de sermos muito diferentes em muitos aspectos, mas temos algo em comum: nós temos a mente livre e somos abertos ao mundo e estamos nos preparando para nos lançarmos às experiências da vida. Sem medo de ser feliz, sem medo de errar. Todo mundo erra, sofre, chora, se machuca... Faz parte da vida. Cabe a nós aprender com tudo isso e usarmos como ensinamentos. Nosso blog vai servir para muitas coisas e não se limitará a nada. Fiquem à vontade para comentar nossas postagens... Aceitamos sugestões.  ;)



P.S.: Nas próximas postagens falarei mais sobre quem sou.