terça-feira, 19 de abril de 2011

Sofia... [2]

Olá, pessoal! Bom, sou Sofia. Prometi que ia falar de mim no meu último post. Então, vamos lá. Se quiserem imaginar como é minha vida, lembre-se do filme “O cisne negro”, quem não viu, por favor, vejam, além de ser sensacional, me identifico muito com a personagem Nina. Moro com meus pais e minha irmã, estou acabando a faculdade, mas já pretendo fazer outra ou então mestrado e de preferência quero fazer em outro estado. Enfim, a minha vida seria tranquila se eu não sofresse perseguição na minha casa. Cresci sendo vigiada pela minha mãe. Ela me controla em tudo que faço e me protege tanto a ponto de me sufocar. Até minha alimentação é controlada. Não posso sair sozinha, se quiser sair tenho que dizer pra onde vou, com quem vou e que horas volto. Dormir fora de casa nem pensar! Até pra usar a internet tenho que ter horário controlado. Quando eu era criança fazia balé e eu sofria pressão tanto da professora, quanto da minha mãe. Larguei a dança. Na adolescência eu não soube direito o que é namorar porque minha mãe tinha pavor de saber que eu estava crescendo e estava saindo com outra pessoa, namorar era tabu na minha casa. Cresci cheia de traumas e medos. Beijei alguns garotos escondida e namorei um rapaz, mas nunca o levei à minha casa. Por conta disso, minha mãe ficava me enchendo porque queria conhecê-lo de qualquer jeito. Terminei com ele. Passei a não ficar com ninguém, só me dedicava aos estudos. Isso estava acabando comigo, muitas vezes me senti deprimida e até tinha desistido de viver, mas sempre aparecia uma pequena força não sei de onde que me impulsionava a continuar a lutar por minha liberdade.
No final do ano passado, conheci um rapaz na faculdade e foi a melhor coisa que aconteceu comigo. Esse rapaz que já tem seus trinta e poucos anos revolucionou minha vida. Com ele estou aprendendo a arriscar e a enfrentar meus medos. Aprendi a me aceitar como mulher, conhecer meu corpo e aprendi a ignorar muitos costumes ultrapassados impostos por nossa sociedade. Entreguei-me cegamente.
Tudo seria perfeito se não existe outra pessoa a me perseguir, minha irmã. Se minha mãe me controla muito, minha irmã me controla dez vezes mais e pior, ela faz isso como forma de tortura e para descobrir se eu fiz alguma coisa de errado e contar a minha mãe. Ela olha as escondidas meu celular, minha bolsa, enfim, todas as minhas coisas e se achar alguma coisa que pra ela está errado, isso é a glória! O objetivo é me destruir, me ver mal e infeliz. Em casa tenho que fingir que sou triste e frustrada que nem ela. E não pensem que tenho mania de perseguição, pois, quem observa diz que tenho razão. Minha irmã mais velha que não mora com a gente já percebeu isso. A questão é que não me sinto segura na minha própria casa e não confio nas pessoas que deveriam ser minhas melhores amigas. Quando saio não sinto vontade de voltar para casa. Estou muito feliz de ter encontrado pessoas que estão me ajudando a me libertar. Agradeço especialmente ao Júlio e a Ísis que são meus confidentes e agora companheiros de festas...
Enfim, vou encerrar meu desabafo. Mas tenho muitas coisas para contar, deixarei para compartilhar com vocês nas minhas próximas postagens. Existem muitas coisas boas e divertidas que vocês precisam saber... Até a próxima!

Um comentário:

  1. Sofia... Peço licença pra comentar uma coisa que percebi, mas que posso estar errada, pois afinal não conheço a história toda.

    Pensei o seguinte: ela pode ver em você algo que ela queria ser, essa vontade de viver, essa vontade de se libertar e fazer o que deseja, e como ela ainda não conseguiu assumir essa vontade, ela tenta destruir em você um desejo dela de ser assim.

    Pensei nisso pela parte que você disse que tem que fingir que é triste como ela...

    Peço licença de novo pra opinar... Talvez seja o caso de vocês tentarem se conhecer mais e você dar um empurrãozinho pra que ela também possa "se libertar". :)

    P.S.: O nome da minha filha vai ser Sofia \o/ kkkk

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